Sob a organização da Superintendência de Gestão de Pessoas, o Sesp Talks Mãe contou com a participação de cerca de 50 mulheres presencialmente, além de servidoras que acompanharam a transmissão ao vivo para todo Mato Grosso.
No evento, seis servidoras da Segurança Pública compartilharam suas jornadas pessoais, desde o nascimento dos filhos até o desafio de conciliar a carreira profissional com a maternidade. Além de inspirar, as servidoras interagiram com a plateia, respondendo a perguntas em um ambiente de troca e aprendizado.
A comandante-geral adjunta da Polícia Militar, coronel Francyanne Chaves iniciou a dinâmica falando sobre o seu sonho de ser mãe e também sobre as dificuldades que enfrentou no caminho por ser uma mulher militar.
“A farda muitas vezes afasta os homens e tive uma dificuldade de me casar. A primeira dificuldade foi encontrar alguém que pudesse dividir a maternidade comigo e quando encontrei, foi maravilhoso porque na primeira semana da minha lua de mel eu engravidei. Foi impressionante como Deus foi maravilhoso comigo”, celebrou. “Eu me senti mãe no meu primeiro ultrassom. Esse primeiro momento é surreal, ouvir os batimentos cardíacos. Esse primeiro momento me marcou muito e também o nascimento”, acrescentou.
A perita criminal Kesia Renata destacou que o filho de dois anos é uma fonte de inspiração para ela se tornar uma pessoa melhor. “Os filhos nos dão essa força para que a gente se mantenha bem, com saúde. Eles fazem a gente correr atrás. Ser mãe é o meu papel mais importante, e acredito que é através dele que consigo desempenhar melhor todos os outros papéis da minha vida”.
Ao compartilhar suas vivências, a delegada Mariell Antonini Dias disse que, durante os atendimentos na Delegacia da Mulher, observa o sentimento de culpa entre as mulheres em relação à maternidade.
“Na delegacia, eu atendo mulheres que sentem muita culpa. Nós, mulheres, carregamos muita culpa e temos que abandonar isso porque o nosso sentimento de amor pelos nossos filhos é maior do que tudo, é único. Nós nos doamos para nossos filhos, às nossas famílias e ao nosso trabalho. Temos que nos conscientizar de que cada maternidade é única, cada mulher tem a sua própria história, e temos que abordar isso com muito respeito e empatia”.
Entre outras histórias, a delegada também compartilhou que pôde aplicar habilidades adquiridas em sua profissão na maternidade. “Quando meu bebê era pequeno, por vezes ele se engasgava. Aprendi a lidar com essa situação na academia de polícia, durante uma aula ministrada pelo Corpo de Bombeiros. Quando minha filha nasceu e enfrentou momentos de engasgo, pude aplicar as técnicas que aprendi.
Para a secretária-adjunta de Justiça, Lenice Silva, a maternidade a ajuda no enfrentamento de certas questões profissionais. “Ser mãe nos torna mais humanas nas relações profissionais que estabelecemos, especialmente em um ambiente como uma secretaria, onde a maioria dos profissionais são homens. Às vezes, é necessário saber como abordar certos assuntos, e a experiência como mãe contribui para essa sensibilização.”
Em sua fala, a policial penal, Hermínia Brito enfatizou a importância da rede de apoio na jornada da maternidade, ressaltando como isso influencia positivamente sua vida profissional. “Sou grata pela vida deles, são crianças incríveis que me incentivam 24 horas por dia, eu sou ligada no 220, trabalho muito e sempre me cobro sobre até que ponto sou uma boa mãe. E eu sou, nós somos capazes. Apesar de não ter mais minha mãe viva, eu tenho uma rede de apoio incrível, magnifica. Tenho amigas e amigos e posso viajar, fazer cursos, trabalhar; eles me garantem que meus filhos estarão bem cuidados. Além disso, tenho um companheiro incrível que me ajuda. Agradeço à minha rede de apoio e aos meus filhos incríveis por compreenderem que consigo conciliar a maternidade com minha vida profissional”.
A servidora do Sistema Prisional, Alcedina Tereza relembrou o momento em que passou pelo processo de adoção e a conexão que sentiu com o filho aos 12 dias de vida. “Eu me senti mãe quando meu filho estava com 12 dias de nascido. Ele chegou para mim com dez dias. Eu não tive a experiência do ultrassom, da gestação e do parto. Passei por outras experiências e muitas dúvidas, inseguranças se algum dia me sentiria realmente mãe dessa criança. Desde a decisão de adotar, essa dúvida me acompanhou. Será que algum dia irei me sentir mãe e essa criança vai sentir que eu sou a mãe dela? Eram perguntas que me assombravam, mas não era assombroso assim. O momento em que senti que era mãe dele e que essa relação estava sendo construída desde o nascimento, mesmo que de uma maneira diferente, foi quando estava deitada na cama e o coloquei sobre mim. Ele começou a me cheirar, procurar por leite, e as dúvidas começaram a se dissipar. A partir daí, começamos a caminhar juntos como uma família”.
O Sesp Talks Mãe ocorreu na Escola do Servidor do Tribunal de Justiça, em Cuiabá, iniciando às 8h com café da manhã, seguido por palestras, trocas de experiências e vivências entre mulheres de diferentes fases e contextos da maternidade. Houve também sorteio de brindes e um concurso cultural.