A Federação Paulista de Futebol nasceu oficialmente com este nome em 22 de abril de 1941, há exatos 83 anos. Porém, a entidade máxima do futebol do Estado de São Paulo deriva de uma história ainda mais longa, e suas antecessoras datam de 1901, sete anos após Charles Miller desembarcar no porto de Santos trazendo as bolas e as regras do esporte.
A história da organização do futebol de São Paulo começa em 1901, quando nasce a Liga Paulista de Foot-Ball, que organiza o primeiro Campeonato Paulista, também primeira competição do país, em 1902.
Ao longo do tempo, diversas cisões, fusões e pacificações acontecem por motivos diversos. Por isso, o Campeonato Paulista teve duas edições na mesma temporada em dez dos seus quase 120 anos de história (1913, 14, 15, 16, 26, 27, 28, 29, 35 e 36), organizadas por diferentes entidades.
Nos primeiros anos, uma das principais discussões era sobre a inclusão dos clubes populares e de colônias. Mais tarde, o profissionalismo no esporte passou a ser a grande questão que divide os primeiros dirigentes do futebol de São Paulo.
Nasce a FPF
Em 14 de abril 1941, o decreto-lei 3.199 cria o Conselho Nacional de Desportos, que estabelece as bases para a organização dos esportes no Brasil, com confederações nacionais de cada modalidade, e as federações estaduais vinculadas a elas. Oito dias após a publicação do decreto-lei, a LFESP (Liga de Futebol do Estado de São Paulo) passa a se chamar Federação Paulista de Futebol em 22 de abril, fato que representa unificação definitiva do futebol em São Paulo que vigora até hoje. São considerados clubes-fundadores da FPF Ypiranga, Corinthians, Santos, Palmeiras, Jabaquara, Portuguesa Santista, Nacional, Portuguesa, Juventus, São Paulo e Comercial-SP.
Divisões inferiores e a Copinha
Diante da possibilidade de ascender no cenário estadual, diversas equipes são atraídas à disputa do Campeonato Paulista, nascendo outros níveis e divisões dentro da cadeia do Paulistão. Em 1954 acontece a primeira edição da atual Série A3, e em 1960 o equivalente à atual Segunda Divisão.
Em 1969, surge um dos campeonatos mais tradicionais e charmosos da história do futebol brasileiro: a Copa São Paulo de Futebol Júnior é realizada com apenas quatro equipes, mas é a primeira edição de um torneio que se tornou a principal vitrine da categoria de base do Brasil e que já foi disputada em 54 oportunidades. As primeiras edições foram organizadas pela Prefeitura de São Paulo, e a FPF a assume definitivamente em 1988.
O Paulistão passou a prever finais em seus regulamentos justamente quando o estádio do Morumbi estava totalmente concluído. Assim, a década de 1970 ficou marcada pelos maiores públicos da história da competição, também pelo início da demonstração de força das equipes do interior de maneira mais acentuada.
Vice-campeão em 1976, o XV de Piracicaba -primeira equipe a conquistar o acesso décadas antes- puxou a fila e viu Guarani e Ponte Preta protagonizarem grandes embates com os clubes mais fortes da competição. Mais tarde, seriam campeões a Inter de Limeira em 1986 e o Bragantino em 1990, feitos repetidos por Ituano em 2002 e 2014, e o São Caetano em 2004.
Grandes esquadrões e modernidade
Após período conturbado em meados da década de 1980 e 1990 em relação a rebaixamentos, a partir de 1994 o futebol de São Paulo voltou a estar mais bem organizado em suas divisões e, ao mesmo tempo em que diversos esquadrões surgiram, inovações também apareciam. Desde o spray para a barreira, as várias bolas nas mãos dos gandulas em volta do gramado e a experiência de dois árbitros em campo, o futebol de São Paulo foi pioneiro em diversos aspectos para fazer o esporte ainda mais atrativo.
Nessa onda, surgiu o Paulistana, Campeonato Paulista Feminino retomado em 1997 após uma década de disputa isolada da competição. Desde então, apenas em 2002 e 2003, não houve edição do torneio das mulheres que acontece ininterruptamente desde 2004 e é referência de desenvolvimento e crescimento da modalidade no Brasil.
Novo século
Acompanhando a evolução do futebol mundial e a tradição histórica do futebol de São Paulo, a FPF mantém-se em constante crescimento no que diz respeito à organização futebolística no Brasil. O novo arranjo de divisões, realizado em 2004, aproximou a última divisão estadual da primeira, encurtando a distância do sonho da elite estadual e de acesso às divisões nacionais.
Em 2015, Reinaldo Carneiro Bastos assume a presidência da entidade, que entra em uma nova era de modernidade e avanços. A partir de 2017, as três principais séries do Paulistão passariam a ter 16 times cada, tornando as competições mais disputadas e atrativas. Em 2019, os jogos de mata-mata do Paulistão passaram a contar com o VAR, o árbitro assistente de vídeo. Em 2021, o Paulistão tornou-se o primeiro Estadual do país a contar com o VAR em todos os jogos, também a primeira entidade da América do Sul a construir sua própria Central do VAR, em sua sede, conectada por fibra óptica aos principais estádios paulistas.
A Confederação Brasileira de Futebol parabeniza a FPF pelos seus 83 anos.