Nesta quinta-feira (9), uma carreta com capacidade de 36 toneladas saiu do Senado lotada de doações em direção ao Rio Grande do Sul. Foram arrecadados mais de 27 mil litros de água mineral, 2 toneladas de ração para cães e gatos, mais de 4 mil peças de roupas, além de pacotes de biscoito e latas de leite.
A arrecadação foi feita pela Liga do Bem, grupo de voluntários ligado ao Senado. A diretora-geral da Casa, Ilana Trombka, reforça a importância dessa mobilização.
— Isso só me convence mais que a sociedade civil e o trabalho voluntário podem fazer uma diferença imensa nesse nosso Brasil — exalta.
Patrícia Seixas, coordenadora da Liga do Bem, destacou que todas as doações foram feitas por pessoa física e que não houve envolvimento de empresas no levantamento das doações. Ela também explicou que parte do material foi organizado pelos voluntários em kits, para facilitar o uso imediato pelas vítimas. Os pacotes são variados, trazendo itens para mulheres, homens, crianças e bebês.
— Recebemos a notícia de que eles não estão dando conta de fazer o trabalho de triagem no Sul, pois a prioridade lá é salvar vidas, socorrer as pessoas. Por isso, as roupas devem vir limpas, preferencialmente em sacos transparentes e estamos fazendo kits individuais, para chegarem lá e serem usados imediatamente — explica.
A corrente para viabilizar o envio dos donativso em um caminhão envolveu também o Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis), que custeou o combustível da viagem.
— Apoiamos a iniciativa da Liga com muito prazer. Doamos cobertores, cestas básicas e hoje ajudamos com o combustível da carreta que levará as doações. — explica Alison Souza, presidente do Sindilegis, que informou que o sindicato também está recebendo doações para as vítimas do RS.
As doações serão escoltadas por uma viatura e quatro policiais do Senado Federal ao longo de todo o trajeto. A equipe também vai apoiar o descarregamento das doações. Alessandro Morales, diretor da Secretaria de Polícia, sugeriu o acompanhamento policial devido às notícias de saques no Sul.
— Conseguir os [policiais] voluntários foi muito fácil, todo mundo querendo ajudar, querendo fazer um pouquinho nesse momento tão difícil das pessoas que perderam tudo no Rio Grande do Sul — relata Morales.
A campanha de donativos para as vítimas da enchente começou na sexta (3 de maio) e, na segunda seguinte (6), já entregou 5.550 cobertores na Base Aérea de Brasília. A Liga continua recebendo doações, que podem ser entregues nos coletores espalhados pela Casa ou via pix para a chave: [email protected].
A Base Aérea de Brasília vem recebendo doações diariamente das 8h às 18h. A campanha não tem previsão para ser encerrada e a estimativa é a de que já tenham sido arrecadadas mais de 250 toneladas de doações para as vítimas. A ação vem sendo coordenada em conjunto com a Defesa Civil para que todo o material chegue a quem mais precisa.
Força dos voluntários
Natália Barbosa, que trabalha na Ouvidoria do Senado, foi uma das voluntárias que trabalharam para aprontar as doações para envio na carreta.
— A gente vê todas as notícias pela televisão e acaba se sentindo muito impotente. Vir para cá e você doar o seu trabalho, seu tempo é uma forma de ajudar. Eu tenho certeza que nossa ajuda vai ser de grande valia — reflete.
Isabela Moreira, que trabalha na Diretoria-Geral, também arregaçou as mangas para ajudar quem mais precisa nesse momento.
— Eu sempre ajudei as pessoas, mas, dessa vez, Deus me tocou de que eu tinha que vir para a linha de frente, porque tem muita gente ajudando. O Brasil está lindo de ver, mas para chegar até lá, pessoas precisam trabalhar — disse.