O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, recebeu na noite desta quinta-feira (9) a visita de um grupo de alunos de nível médio do Colégio Notre Dame de Campinas (SP). Pacheco se disse feliz e honrado com o encontro, que ocorreu no Salão Negro. O presidente explicou aos alunos o processo legislativo, começando da apresentação dos projetos até a sanção da Presidência da República. Ele também falou sobre a Constituição, a importância da democracia e o valor da representação popular.
— Temos muitos problemas ainda no Brasil, como questões de segurança e saúde, mas também temos de pensar nas coisas boas que temos — afirmou o presidente, citando o SUS, as urnas eletrônicas e as universidades públicas.
Pacheco também sinalizou matérias importantes que estão em debate no Senado. Ele citou a regulamentação da inteligência artificial e os projetos da regulamentação da Reforma Tributária. O presidente ainda respondeu a perguntas dos estudantes. Um aluno questionou sobre a desoneração dos 17 setores da economia. Pacheco fez um histórico da questão e disse que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o governo entrou em acordo com os setores para que a cobrança previdenciária não ocorra em 2024. A partir do ano que vem, será iniciada uma cobrança gradativa, de 5% ao ano, até atingir 20% no ano de 2028.
— Tudo o que a gente fez foi evitar o desemprego no Brasil e hoje estamos encontrando um bom caminho — afirmou.
Uma aluna questionou a viabilidade da PEC das drogas, aprovada no Senado no mês de abril, já que o STF poderia considerar a iniciativa como inconstitucional. Pacheco elogiou a pergunta da aluna, mas disse que uma discussão sobre a liberação da maconha precisa ser feita com a sociedade, com a participação de especialistas e do Legislativo.
Outro aluno quis saber se Pacheco se define como um político de centro. O presidente admitiu que para conquistar votos a posição de centro é um “péssimo caminho” e reconheceu que a polarização é um fenômeno mundial. Ele chegou a arrancar risos da turma ao brincar que era “ambidestro”, lembrando uma frase do apresentador Luciano Huck. Pacheco disse que se considera realizado como político e defendeu seus posicionamentos, dizendo ser importante avaliar cada questão sob a ótica do que é melhor para o país.
— Mas eu defendo o casamento homoafetivo, a regulamentação das redes. Tenho posições que vejo e sempre avalio se é bom para o Brasil. Cada situação a gente precisa avaliar o que é melhor. Do ponto de vista político é ruim, mas do ponto de vista humano é o melhor. É o que o Brasil precisa — afirmou.
Um estudante quis saber se Pacheco vai abandonar a política em 2026 ou se vai se candidatar ao governo de Minas Gerais. Com bom humor, Pacheco defendeu o direito constitucional de ficar calado, mas disse se considerar realizado como político. Ele também lamentou os posicionamentos radicais na política e explicou apenas que estaria satisfeito se tivesse que encerrar a vida pública em 2026.
— É o que eu sempre pensei mesmo: ao concluir meu mandato como senador, encerrar minha vida política. É um sentimento que eu tenho, que eu verdadeiramente considero. Mas o governo do meu estado é algo que toca fundo. O futuro a Deus pertence e cada caminho que me for reservado eu estarei feliz — concluiu.