Reeducandos de seis penitenciárias de Mato Grosso estão produzindo 50 mil uniformes para serem doados a estudantes de escolas estaduais. Serão contemplados alunos de baixa renda de 26 escolas da Polícia Militar e seis do Corpo de Bombeiros. Também serão beneficiadas 22 unidades prisionais, que receberão camisetas personalizadas das respectivas instituições educacionais que operam dentro do Sistema Prisional.
O secretário adjunto de Administração Penitenciária, Jean Gonçalvez, explica que a confecção é realizada por 100 reeducandos em regime fechado e ressalta a importância do trabalho intramuros no processo de ressocialização dos privados de liberdade. “O trabalho dentro das prisões ocupa o tempo dos detentos de maneira produtiva e também os capacita com habilidades profissionais que podem ser aplicadas após o reeducando ganhar liberdade”, diz Gonçalvez.
O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, enfatiza que essa ação, além de proporcionar aos estudantes de baixa renda de escolas militares o uniforme, também contribui para a ressocialização dos reeducandos, dando-lhes a oportunidade de aprender uma profissão e se reintegrar à sociedade de forma positiva. “Essa ação demonstra uma preocupação tanto com a qualidade do ensino e disciplina nas escolas militares, através da padronização dos uniformes, quanto com a inclusão social dos estudantes de baixa renda, que muitas vezes não teriam condições de adquirir os uniformes necessários. É uma iniciativa que beneficia a todos os envolvidos, promovendo a educação e a ressocialização de forma conjunta e eficaz”.
A iniciativa também proporciona economia aos cofres públicos. Com uma licitação, o Governo do Estado pagaria R$ 29,50 na compra de cada camiseta, totalizando R$ 1,4 milhão. Já com custo de mão de obra pago aos reeducandos e aquisição dos materiais necessários para produção feita pela Funac, o custo por peça reduz para R$ 14,50, gerando economia de aproximadamente R$ 750 mil.
A fabricação dos uniformes está em fase final. Cerca de 20 mil camisetas já estão prontas e todas as 50 mil devem ser entregue às escolas em até 30 dias. Há uma expectativa de produzir mais 200 mil camisetas até o final deste ano. Para alcançar essa meta, mais reeducandos serão contratados e passarão por um curso. A coordenadora técnica do projeto, Giselma Ferreira Silva, pontua que após a qualificação, os reeducandos estarão aptos a produzirem camisetas de alta qualidade.
“O controle de qualidade é importante, não só para o consumidor, mas também para os recuperandos que estão apreendendo um trabalho de excelência. Ensinamos técnicas de acabamento de alta qualidade e manuseio de tecidos. Cultivamos a mentalidade voltada para qualidade do produto, beneficiando os consumidores e os profissionais envolvidos”.
Para o presidente da Funac, Winkler de Freitas Teles, o projeto gera benefícios para diversos setores da sociedade. “É uma oportunidade ímpar, pois além da economia aos cofres públicos, a iniciativa garante remuneração aos pré-egressos, ocupação produtiva e remição na pena, além de capacitação na área da costura e serigrafia. Serão produzidos cerca de 50 mil uniformes que serão utilizados tanto pelas escolas militares ‘Tiradentes’ e ‘Dom Pedro II’ quanto dos pré-egressos da educação do Sistema Prisional”, pontua.