Nesta terça-feira (29), a Superintendência da PRF no Distrito Federal realizou a palestra “Prevenção da Violência contra a Mulher”, no auditório da Sede Nacional. O evento abordou a importância da prevenção da violência contra a mulher e do atendimento qualificado às ocorrências de violações identificadas nas ações de policiamento. A palestrante convidada foi a delegada da Polícia Civil do Distrito Federal, Adriana Romana, chefe da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM).
A delegada enfatizou a relevância do tema e destacou que ele deve ser amplamente debatido no ambiente policial, já que as instituições desempenham um papel fundamental no registro e acompanhamento de ocorrências de violência contra a mulher.
Adriana explicou que a violência doméstica, embora muitos acreditem ser facilmente identificável, pode passar despercebida. “Essa é uma violência mais sutil, muito naturalizada. Muitas vezes, o policial precisa ter sensibilidade, um perfil acolhedor para conversar com a vítima e realizar os encaminhamentos corretos”, destacou.
Outro tema abordado foi a igualdade e desigualdade de gênero e suas implicações na vida de mulheres e homens. “A mulher, além de seu trabalho remunerado, chega em casa e assume uma parcela maior do trabalho doméstico que seu parceiro”, explicou. “Por outro lado, quando o homem assume essa responsabilidade doméstica, ele é admirado, como se estivesse realizando um grande feito”, completou.
Ainda tratando da desigualdade de gênero, Adriana abordou a violência como uma manifestação extrema desse desequilíbrio. “Quando falamos em violência de gênero, temos um guarda-chuva amplo que engloba a violência sexual, a violência doméstica e familiar, a violência obstétrica e o tráfico de mulheres.”
A palestrante também trouxe exemplos para o contexto da Polícia Rodoviária Federal, explicando que, em casos flagrantes de conflitos de casal, a equipe deve encaminhar os envolvidos à delegacia. “O registro policial poderá subsidiar futuras investigações”, afirmou a delegada.
Adriana destacou ainda o papel crucial dos policiais que lidam com ocorrências de violência, pois são fundamentais para interromper a continuidade dessa situação. Segundo ela, uma das principais portas de entrada ao Sistema de Justiça e à Rede de Apoio e Proteção à Mulher em situação de violência é o registro formal, que leva ao conhecimento do Estado a situação de violência. “A apresentação à autoridade policial permite uma intervenção do Estado, rompendo o ciclo de violência”, completou.
A delegada finalizou com uma mensagem sobre a responsabilidade coletiva no enfrentamento desse problema. “Nós, enquanto sociedade, precisamos entender que esse não é um problema do outro, é um problema nosso. Precisamos agir quando presenciamos uma situação de violência, especialmente envolvendo alguém em situação de vulnerabilidade”, concluiu Adriana.