A interação entre diferentes gerações traz uma série de vantagens significativas, como a coeducação, o respeito às diversidades e o fortalecimento da cidadania. Neste dia 26 de julho, o Dia dos Avós é celebrado em várias partes do mundo, incluindo o Brasil. Instituída no século XX, essa data é uma homenagem a todos os que têm netos e netas, permitindo que expressem seu amor.
Pesquisas destacam que essa conexão entre avós e netos é benéfica para a saúde dos mais velhos. A Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa na Atenção Primária, do Ministério da Saúde, confirma que essa interação favorece a saúde geral dos idosos. Lígia Gualberto, médica geriatra e coordenadora do setor, enfatiza a importância do respeito entre as gerações e a cultura de paz nas sociedades. O bom convívio familiar é o início para cultivar sociedades que cuidam e valorizam todas as idades.
Para Gualberto, a boa relação familiar é um presente para os avós. Eles não apenas recebem carinho, mas também têm a chance de aprender sobre novas tecnologias e desenvolver habilidades. Essa troca permite que os avós enxerguem situações do cotidiano sob novas perspectivas, considerando as mudanças culturais que ocorrem constantemente.
Estudos, como o Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos (ELSI Brasil), revelam que idosos que vivem em comunidades onde há uma boa participação social tendem a apresentar melhores indicadores de saúde e habilidades funcionais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) introduziu o conceito de capacidade intrínseca, que é um indicador multidimensional que leva em conta tanto as capacidades mentais quanto físicas dos idosos e que é essencial para que eles possam realizar atividades que valorizam.
A troca de experiências entre gerações e a mudança de percepção sobre o envelhecimento são fatores que têm contribuído para um aumento na longevidade. Para a OMS, o “envelhecimento ativo” abrange a participação dos idosos em questões sociais, culturais e econômicas, o que promove um sentimento de pertencimento e utilidade na sociedade, família e entre amigos.
Mudança de Hábitos
Um exemplo é Helena Augusto, de 75 anos, que reside na Ceilândia (DF) e é avó de Arthur Gabriel Alves, de quase dois anos. Após o nascimento do neto, Helena decidiu abandonar o consumo de bebidas alcoólicas e percebeu uma melhora significativa na sua qualidade de vida. Ela reconhece que essa mudança foi motivada tanto por si mesma quanto pelo desejo de estar saudável para seu neto.
O Sistema Único de Saúde (SUS) e as políticas públicas que promovem cuidado integral ao longo da vida são cruciais para melhorar a qualidade de vida na terceira idade. Esses serviços incluem vacinação gratuita desde a infância, promoção da saúde, gerenciamento de condições crônicas, acesso a medicamentos e serviços de emergência, todos fundamentais para aumentar a expectativa de vida e cuidar do processo de envelhecimento.
Além disso, fatores como saneamento básico, transporte seguro e estratégias para combater a insegurança alimentar desempenham papéis vitais em promover condições de vida dignas. A vigilância sanitária, a garantia de trabalho remunerado, o aumento de renda e o acesso a moradia apropriada e serviços de assistência social são igualmente essenciais na melhoria das condições de vida dos idosos.
Dessa maneira, as relações intergeracionais não apenas trazem amor e afeto, mas também impactam positivamente a saúde e a qualidade de vida dos avós. Com apoio adequado, os idosos podem desfrutar de uma vida ativa e saudável, contribuindo para suas comunidades e família. Essa valorização do envelhecimento e o cuidado contínuo são fundamentais para construir sociedades que respeitam e cuidam de todas as idades, proporcionando um ambiente onde a experiência e o conhecimento dos mais velhos são apreciados e utilizados ao máximo.