A Seleção Brasileira estreia no Sul-Americano Sub-20 nesta sexta-feira (12), às 20h30, contra o Chile no Estádio Modelo Alberto Spencer, em Guayaquil, no Equador. Antes da sua estreia em competições oficiais com a Amarelinha, a treinadora Rosana Augusto contou como planeja atingir todas as suas metas no torneio continental.
“Estou ansiosa, mas muito confiante pelo que as meninas vêm apresentando. A gente vai passo a passo, jogo a jogo, até a final que vira um hexagonal. A intenção é que a gente ganhe todos os jogos, mas de passinho em passinho, entendendo cada adversário, respeitando cada adversário, nos respeitando acima de tudo e dando o nosso melhor. E claro, estabelecendo metas curtas: primeiro classificar para o hexagonal, depois classificar para o mundial e aí sim brigar pelo título.”
A Seleção Brasileira é a única campeã do Sul-Americano Sub-20. Foram nove títulos em nove edições. O Brasil carrega o peso da hegemonia no continente, mas Rosana afirma que o processo da equipe precisa ser respeitado antes de tudo.
Rosana Augusto durante período de preparação na Granja Comary
Créditos: Staff Images/CBF
“Vamos jogar da mesma forma como se não tivesse essa hegemonia. É uma outra competição, é um outro ciclo, são outras jogadoras e a gente tem que construir isso. Não acredito que colocar uma pressão em cima disso seja tão favorável. Claro que temos que respeitar a nossa história como Seleção Brasileira, mas entendendo que há um processo e que a gente precisa construir isso com os jogos.”
Rosana defendeu a Seleção Brasileira durante 18 anos. Entre seus títulos mais relevantes com a Canarinho estão as medalhas de prata nos Jogos Olímpicos de Atenas (2004) e Pequim (2008), dois ouros no Pan-Americano (2003 e 2007), dois títulos do Sul-Americano (2003 e 2010) e o vice-campeonato na Copa do Mundo de 2007, na China.
Ela começou sua carreira efetivamente aos 14 anos, jogando no São Paulo. No Brasil, também atuou pelo Corinthians, Internacional, Centro Olímpico, São José, Santos, Ferroviária e Palmeiras. No exterior, defendeu a camisa do SV Neulengbach (Áustria), Sky Blue (Estados Unidos), Lyon (França), Avaldsnes IL (Noruega) e Paris Saint Germain (França) e North Carolina Courage (Estados Unidos).
Rosana Augusto durante período de preparação na Granja Comary
Créditos: Staff Images/CBF
Depois de toda essa experiência como atleta, agora ela transmite o que aprendeu para jogadoras que ainda estão começando a carreira. A técnica conta que suas vivências dentro de campo contribuem para ela ser uma treinadora mais completa.
“Eu confesso que como jogadora foi mais difícil. Antes, não se tinha todo esse aparato que tem agora, então eu fui muito despreparada no primeiro momento, principalmente na parte mental. Hoje eu sou uma treinadora muito mais preparada em comparação com a Rosana atleta. Já vivenciei outras competições, apesar de, obviamente, essa camisa ser pesada, mas eu não sinto tanto peso quanto enquanto atleta na minha primeira convocação”
“O fato de ter jogado também me fornece muitas informações dentro do campo, então quando eu olho alguma situação acontecendo, eu sinto que eu já vivi aquilo. É muito mais fácil transportar isso para elas e eu acho que tem dado muito certo.”
Rosana chegou na Seleção Sub-20 em setembro de 2023, mas já fez alguns testes em jogos-treino com equipes brasileiras e amistosos com outros países. Ela acredita que essas experiências fortaleceram a equipe e contribuíram para formar um time mais consolidado para a disputa do Sul-Americano.
Rosana Augusto durante jogo-treino na Granja Comary
Créditos: Staff Images/CBF
“Sempre costumo dizer que o futebol realmente é resultado no sentido de acreditar no processo. Com os primeiros resultados das convocações, elas começam a acreditar que o projeto é muito bom. E aí foi muito mais fácil elas comprarem a ideia. Então hoje eu vejo que qualquer coisa que eu queira inserir é muito mais fácil do que numa primeira convocação. E os jogos preparatórios foram de suma importância. Foram a transferência do treino para o jogo.”
Em sua lista final, Rosana convocou atletas que já disputaram grandes competições com a Amarelinha e outras que vão ter essa experiência pela primeira vez. A treinadora afirma que essa junção agrega ao time como um todo, trazendo equilíbrio e uma troca de vivências.
“Acredito que é o combo perfeito. Essas meninas que já estiveram em um Sul-Americano sabem como é e tem como função falar sobre a experiência para as meninas que não estiveram. Essa troca de experiência é muito legal, e as meninas novas vêm com essa ambição de conquistar um espaço. Acredito que esse equilíbrio é realmente perfeito.”