Kannemann foi um dos quatro jogadores substituídos seguindo o protocolo de concussão
Créditos: Rafael Ribeiro/CBF
A Comissão Médica e de Combate à Dopagem (CMCD) realizou na tarde desta terça-feira (16) uma reunião virtual com médicos das Séries A e B do Campeonato Brasileiro sobre o novo protocolo de concussão. Aprovada em 2 de março pela International Football Association Board (IFAB), instituição que regulamenta as regras do futebol, a medida foi colocada em prática na rodada de abertura do Brasileirão Betano.
O encontro teve como objetivo esclarecer dúvidas, ouvir os médicos e sugestões dos profissionais após a primeira rodada. Na ocasião, quatro atletas foram substituídos por concussão: Matias Viña, do Flamengo, Adriano Martins, do Atlético-GO, Marlon Freitas, do Botafogo, e Walter Kannemann, do Grêmio. A substituição por concussão também será utilizada na Série B, que se inicia na próxima sexta-feira (19).
O presidente da Comissão Médica da CBF, Jorge Pagura, participou, ao lado de Roberto Nishimura, membro da Comissão Médica, e de Giulliano Bozzano, gerente técnico de arbitragem. Pagura comemorou a implementação da regra pela entidade, pioneira na adoção do protocolo em seus torneios.
“Essa regra não foi brigada por mim, foi brigada por nós. Isso mostra uma CBF alinhada entre o departamento de Competições, Arbitragem e Comissão Médica. Foi um ganho para o atleta, um ganho para a parte médica e um tremendo ganho para o futebol brasileiro, que saiu novamente na frente.”
A criação do protocolo de concussão foi elogiada pelos médicos na reunião.
“Parabenizo pela conquista, que foi essa mudança da regra, e parabéns pela iniciativa da reunião”, afirmou Ricardo Oliveiro, médico do Fluminense.
“Acho que a gente tem que parabenizar e ser grato pela possibilidade de opinar sobre as regras”, disse Marcio Tannure, gerente de saúde e alto rendimento do Flamengo.
“Queria parabenizar publicamente, principalmente a equipe de arbitragem. Acho isso muito importante, a gente os vê trabalhando sob muita pressão. A todo momento, me senti respaldado, eles rapidamente notaram a gravidade e chamaram o atendimento”, concluiu.
Protocolo irreversível
Foi explicado que, uma vez iniciado o protocolo de concussão e feita a troca do atleta, a substituição por concussão não pode ser transformada em uma substituição convencional.
Substituição adicional
A reunião também foi importante para informar que um clube pode realizar até sete substituições em um jogo. Isso porque ter um jogador trocado por concussão dá direito ao time adversário de realizar uma nova substituição tática a qualquer momento. Logo, são permitidas cinco substituições táticas, uma por concussão e outra substituição tática, se o time rival também tiver trocado um jogador pelo trauma.
Para realizar essa troca adicional, um cartão de cor vermelha deverá ser entregue ao quarto árbitro pelo médico ou alguém do banco de reservas da equipe.
Choque entre companheiros de time
Em uma situação onde atletas da mesma equipe se choquem e em ambos sejam identificados sintomas de concussão, apenas um deles pode ser substituído pela nova medida. A recomendação para o outro atleta é de também removê-lo do jogo, seja utilizando uma das cinco trocas permitidas, ou simplesmente o retirando de jogo, caso todas as substituições já tenham sido feitas.