Por aclamação, a deputada Socorro Neri (PP-AC) foi eleita presidente da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC), instalada nesta quarta-feira (8). O colegiado também escolheu o senador Humberto Costa (PT-PE) e o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) como vice-presidente e relator, respectivamente.
O outro concorrente à presidência, deputado Sergio Souza (MDB-PR), retirou a sua candidatura. Em votação nominal, o senador Humberto foi eleito vice-presidente com 12 votos; seu concorrente, o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), recebeu 10 votos. Na votação para relator, o senador Alessandro teve 14 votos; e o concorrente, o senador Jaime Bagattoli (PL-RO), 8 votos.
Criada em 2008, a CMMC tem por objetivo acompanhar, monitorar e fiscalizar as ações referentes às mudanças climáticas no Brasil em aspectos como mitigação das alterações do clima, sustentabilidade da matriz energética, emissão de gases do efeito estufa e políticas de desenvolvimento sustentável.
O colegiado é formado por 12 senadores e 12 deputados, além de igual número de suplentes. Pela regra de alternância, este ano a presidência será exercida por um membro da Câmara. Em 2023, Humberto Costa e Socorro Neri foram presidente e vice-presidente da comissão, respectivamente. Já a relatoria do ano passado foi conduzida pelo deputado Sidney Leite (PSD-AM).
‘Perturbação climática’
A reunião foi marcada por alertas para o agravamento da crise do clima, especialmente com eventos extremos como a enchente no Rio Grande do Sul, além de cobranças para resgatar a importância da comissão.
Ao defender a sua candidatura à vice-presidência, o senador Humberto disse esperar a possibilidade de completar o seu trabalho na CMMC, que no ano passado só funcionou por quatro meses. Reforçou a sua expectativa de que a comissão também cuide do enfrentamento da crise climática no Nordeste.
— Além da seca, um fenômeno recorrente (…), temos agora uma área gigante de desertificação — apontou.
O senador Esperidião Amin (PP-SC), que salientou a sua experiência com os efeitos da “perturbação climática” em seu estado, repercutiu as palavras do cientista Carlos Nobre.
— Só vamos enfrentar maiores dificuldades. Ou seja: as perturbações, os desastres climáticos, serão cada vez mais frequentes e cada vez mais severos.
Entre outras manifestações, o senador Zequinha chamou atenção para a centralidade da Amazônia no debate climático e lembrou a seca que atingiu o Pará no ano passado.
— Quero pedir aos colegas, tanto senadores quanto deputados, que nos ajudassem a fortalecer o debate [sobre a Amazônia] nesta comissão.
O senador Bagattoli ressaltou seu conhecimento sobre o clima em sua região e lamentou as declarações de que as enchentes do Rio Grande do Sul teriam relação com a crise climática na Amazônia.